Nascemos cegos para a vida
Confusos e desprotegidos
E de repente nos sentimos
Compelidos a criar defesas
Passamos a nos armar
E entramos em nossa guerra
Contra o desconhecido
Nos protegemos do mundo
Das pessoas que nele vivem
E até de nós mesmos
Começamos a nos vestir
De máscaras e fantasias
E damos início
A essa grande peça
Que é a nossa vida
Onde atuamos para os outros
E principalmente para nós
Representando papéis
Que são apenas respostas
Aos medos que existem
Dentro de nós
Medo do que somos
Do que não somos
E daquilo que podemos ser
Passamos parte de nossa vida
A nos defender dela mesma
E também de nós
E daí surge o aprendizado
Nossa visão ganha nitidez
E começamos a enxergar o mundo
De uma forma diferente
Libertamos nossos olhos
Da escuridão da ignorância
E ganhamos a consciência
E o conhecimento
Daquilo que realmente queremos
E tanto buscamos
E esse é só o começo
Do nosso grande desafio de vida
O de conseguirmos encontrar
O nosso verdadeiro Eu
Que acabou por se perder
Em meio a tantas dúvidas
Fantasias e inverdades
Criadas e cultivadas por nós
Durante a nossa jornada
Até esse momento
Mas como encontrar a bandeira branca
No meio de um campo de batalhas
Onde só estamos acostumados
A defesas e ataques?
Como nos livrarmos dessas máscaras
Que nos transformaram
Em pessoas sem rostos?
E aí passamos a nos empenhar
A derrubar as barreiras
E baixar as defesas
Mas nem sempre conseguimos
Nos tornamos caçadores
De nossa própria essência
E chegamos à conclusão
Que às vezes na vida
É preciso passar por tempestades
Para se chegar à calmaria
Que muitas vezes
Precisamos complicar
Para depois termos que simplificar
Pois é através desse processo
Que poderemos aprender
O que realmente estamos precisando
Nesse momento de nosso caminho
E descobrimos principalmente
Que é a própria vida
Que vai nos levar
Ao encontro de nós mesmos
Para que possamos com isso
Sermos o que realmente somos.
(Alfredo Junior)
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